quarta-feira, 25 de junho de 2014

Você tem fome de quê?


Introduzir alimentos na rotina do bebê é muito delicado. Principalmente porque ele só está acostumado com leite, seja materno ou artificial.

Beatriz só mamou no peito. Quando oferecia mamadeira, mesmo que com o meu leite, era uma recusa sem sequer saber do que se tratava. Aquele gosto de borracha, aquela textura diferente, não era o que ela estava esperando. Não tinha o aconchego, não tinha o cheiro. Por isso fiquei refém da amamentação por seis meses, sem chance de sair por muito tempo sem ela.

Porém Bia não engordava. Sim, ela crescia, fazia xixi e cocô, estava ativa e esperta. Talvez um refluxo oculto ou mesmo seu biotipo a fizeram andar na linha vermelha do peso, mas nunca foi uma grande preocupação da pediatra.

Só que precisávamos saber o que estava acontecendo. Eis que damos início, aos três meses, à introdução de suco de laranja lima e, quinze dias depois, frutinhas bem docinhas: pera, banana prata e mamão papaia. 

Fiquei apreensiva em dar mamadeira. Poxa, se ela já não tomava o leite, que ela conhecia, imagina beber algo estranho numa coisa estranha? Segundo a médica, a chance dela aceitar melhor a mamadeira com outro alimento que não o leite é grande. Dito e feito! Depois de uns dias de tentativas, ela pegou a mamadeira e adorou o suco.

Com as frutas nunca rolou sequer uma careta! Ela aceitou todas numa boa! Depois ofereci maçã e caqui (com aprovação médica) e mais uma vez adorou! Tomara que ela seja mais 'frutífera' que a mãe!

Sucos também ela gostou de tudo. Melão, melancia, laranja lima com mamão, pera, manga. Só a de maçã que ela não encarou tão bem, mas não cheguei a uma segunda tentativa pra confirmar.

Quando ela tinha completado cinco meses era hora de iniciar as papinhas salgadas. Confesso que fiquei desesperada, uma por ter que fazer, outra por ter que encarar a insistência da introdução alimentar.

Sério, mais de uma semana de tentativas, choros (meu e dela), desespero, comida jogada fora, põe isso, tira aquilo, faz assim, faz assado. Até que ela começou a entender pra que funciona aquilo. Foi aceitando melhor depois da segunda semana e hoje, mais de um mês depois, come tudo, sem fazer nenhuma careta, sem desprezar nenhum alimento. 

Faço a comidinha com o maior carinho do mundo e, quando não posso fazer, a secretária da minha mãe faz da mesma forma. 

Minhas dicas que funcionaram com a Bia:

Divido os alimentos em duas panelas e em cada uma coloco:
- dois ou três tipos de legumes, tento deixar o mais colorido;
- uma carne (músculo ou frango)
- uma folha, não pico nem corto, deixo pedaços bem grandes (espinafre, couve, ainda não coloquei as mais amargas por um pouquinho de medo)
- uma pitadinha de sal
- um carboidrato (macarrão tipo cabelinho de anjo, aquele bem fininho, ou arroz bem empapado, pra amassar)

Deixo cozinhar tudo por um bom tempo, para deixar bem molinho e fácil de amassar. Hoje, com sete meses, ela come quatro colheres de sopa bem cheia e depois uma fruta de sobremesa. Lembrando que tudo foi orientado e autorizado pela pediatra dela.

Faço vários potinhos e deixo congelada. Geralmente dá pra quatro ou cinco dias, ou seja, são de oito a dez papinhas, considerando almoço e jantar.

Quando comecei a dar comidinha, a Beatriz ainda não tinha dentinho, então tem que ser tudo muito bem amassadinho, uma papinha mesmo, senão ela engasga (e as vezes é meio desesperador quando acontece). Tiro as folhas e as carnes, cozinho junto só pra dar o gosto no caldinho, pelo menos por enquanto.


No começo, eu dava até mais aguadinho, uma sopinha, para ela sentir mais o gosto do que a textura, depois fui deixando um pouco mais compacta e cremosa. Assim ela exercita a mastigação (e é muito lindinho)

Hoje ela come bem e de tudo. Testei várias combinações e ela come bem. 

O ideal é ter paciência. Parece que o bebê nunca vai comer, dá um desespero no começo, mas não pode desistir. Assim como para ele, pra você também é tudo novo e, por isso, o acostumar com a novidade as vezes demora um pouco. 

Depois de um mês no novo mundo, Bia continua engordando pouco, mas já sinto nos braços que a mocinha tá ficando fortinha. Ela é bem alimentada, muito amada! Então não há, ainda, motivos maiores para desespero!

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