terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Eu não sou diferente de ninguém


Desde criança sou fã do Lulu Santos, graças aos meus pais que compraram um CD, na época que a mídia estava começando a deixar os famosos LPs pra trás. Me lembro da capa de Lulu - nome do álbum - de 1985, e da primeira música, "Casa", que eu sempre ouvia e cantava.

E as outras tantas músicas dele embalaram minha pré-adolescência, adolescência e, claro, a vida adulta. Confesso que gosto mais das coisas antigas, tanto que não conheço muito do que ele tem feito de uns anos pra cá.

Meu marido me deu de presente de Natal um ingresso pra ver o Lulu Santos no HSBC Brasil, em São Paulo. Uma forma espetacular de me agradar!

O show aconteceu no último sábado (dia 26) e foi todo baseado nas famosas "Tempos Modernos", "Tão Bem", "Um Certo Alguém", "Aviso aos Navegantes", entre tantos outros hits que fizeram sucesso. Comentei com o Luís, meu marido, como o Carioca, personagem do Pânico, imitava bem os trejeitos do cantor.

A finalista do The Voice Brasil, Maria Cristina, também surgiu no palco, logo na primeira música, para uma palhinha. Que foi 'inha' mesmo, uma vez que ela não cantou mais nada depois. (Uma pena!)

Quando, já quase no final do show, extasiada de tanta alegria, ele começa a cantar "Casa", pego meu celular e começo a gravar. No meio da música surge ele, Carioca, todo trabalhado no modelito Lulu Santos, para dar mais uma animada no público.

O vídeo não ficou lá essas coisas, mas achei por bem colocar aqui minha tentativa de registrar o momento.




segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Looking back over my shoulder I can see the look in your eye


Neste último fim de semana vi meu DVD de casamento. Fazia mais de um ano e meio que não assistia e sempre é especial relembrar daquele dia maravilhoso.

Foi incrível sentir novamente as lembranças, as saudades e a imensa alegria que aquele dia proporcionou.

Enquanto o vídeo mostrava cada convidado, percebi quanta coisa muda em tão pouco tempo (menos de três anos). Quantas pessoas já não fazem mais parte da nossa vida, por motivos dos mais variados, e quantas outras nem se importam mais conosco.

Na mesma linha de pensamento, consegui reparar também como é bom saber quantas pessoas ainda estão do nosso lado, são amigos - daqueles sinceros - pra mais de uma vida.

Percebi que ao mesmo tempo que algumas pessoas saíram das nossas vidas, outras tão especiais entraram e, hoje, fazem a diferença.

As saudades de um tempo bom ficam, saudosista que sou. Mas a esperança e a ânsia por novidades é que transformam o mundo e nos dá mais força e vontade de seguir adiante. 

Começo a entender que a vida é realmente feita de ciclos, feita de chegadas e partidas. 

E é isso que nos faz renovar a cada fase, cada momento. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Now I'm breathing like I'm running Cause you're taking me there

Me lembrei de uma passagem interessante hoje!

Meu pai fumou a vida toda. Quando, aos meus oito anos, nos mudamos para o prédio no qual vivi grande parte da minha vida, lembro-me que ele apenas fumava na varanda ou na área de serviço. No carro ele também costumava fumar. E nos prédios comerciais, a partir de uma determinada época, só era possível no chamado 'fumódromo'.

Sempre pedia para ele parar de fumar, que aquilo mataria ele. Fazia um drama em coro com a minha mãe.

(adendo) Meu pai sempre me acolheu nos meus medos noturnos. Ele me ouvia descrever os porquês dos meus choros, que não me deixavam dormir. Isso acontecia com frequência e eu já era pré-adolescente, ou seja, nenhuma criança. Talvez ele fosse o único que imaginava que meu sexto sentido era muito intenso. Ou então ele estava cansado demais para tentar arrumar uma outra solução e me deixava dormir no quarto dele mesmo. (fecha)

Lembro-me que alguns dias depois daquele fatídico 11 de setembro de 2001, eu estava chorando muito deitada na minha cama e ele parou para me questionar. Eu já não era nenhuma criança, nem pré-adolescente, para ter medos noturnos. Pedi pra conversar com ele uma coisa muito séria. 

"Pai, sabe esses terroristas que acabaram com as próprias vidas? Eles também destruíram centenas de outras vidas. É isso que eu sinto que você está fazendo com nossa família! Você está se matando aos poucos. E aos poucos também, isso nos afeta. É a última vez que eu peço para você parar de fumar."


Talvez tenha sido a última vez mesmo. E confesso que foi uma comparação grotesca. Mas no auge dos meus 19 anos, eu não conseguia ver mais formas de tentar abrir os olhos dele.

Não adiantou. Ele não parou de fumar. Confesso que gradativamente ele foi diminuindo, mas não parou de vez.

Em 2006 minha madrinha, que estava na tentativa de largar de vez o vício, foi num médico. Ela parou de fumar. Tarde, pois o estrago talvez já tivesse deixado rastros. Hoje ficou a saudade eterna.

Mas logo no final desse mesmo ano meu pai também tentou. Incentivado e, talvez, influenciado por ela, o mesmo médico fez com que meu pai não fumasse NUNCA MAIS. 

Mais que enaltecer o médico, deixo registrado aqui que é tudo uma questão de força de vontade. Meu pai quis e ele parou. Ele pode não saber, mas me deu o segundo MAIOR presente do mundo (depois da minha vida). Ele se deixou viver.