sexta-feira, 5 de março de 2010

Pensamentos soltos traduzidos em palavras


Cada vez mais paro para pensar em mim, em como eu sou, em como eu ajo.

As vezes fico surpresa comigo mesma. Gosto de ajudar. Ontem mesmo, saindo do metrô São Bento, vi um deficiente visual indo para sabe-se lá onde. Ele estava perdidinho naquela estação. Como eu sei?! Caramba, ele estava quase batendo na parede! Fiquei revoltada! Não é a primeira vez que eu vejo alguém com dificuldade no metrô. E não é a segunda! Ah, com certeza não será a última.

Chego perto do senhor, encosto nele - afinal, ele precisa saber que é com ele que eu estou falando - e pergunto se ele precisa de ajuda. A resposta foi de bate-pronto: "SIM!!!" e eu dou meu cotovelo e descemos a escada rolante até encontrar alguma outra boa alma do local para passar a catraca com ele. Ele nem precisava agradecer. Eu fiz o que deveria ser obrigação de todos.

(Adendo: se alguém estranhou o fato de eu ter dado o cotovelo para o "cego", acreditem, eu fiz o certo. Para um dos trabalhos da faculdade visitamos a Laramara. Uma associação muito legal que apoia a inclusão dos deficientes visuais.)

Vídeo Institucional da Laramara (clique)

Da porta do metrô até chegar na minha mesa de trabalho, caminhei leve, com a sensação de que tinha servido para alguma coisa. É uma boa sensação! Tão boa que comecei a despejar cada segundo do que aconteceu para quem estava por perto. Só uma pessoa parou pra me ouvir... aí...

Aí que eu percebi que eu também preciso me conter.

A única pessoa que parou para me ouvir estava prestando mais atenção em mim do que no trabalho e, por fim, perdeu todo o arquivo que tinha separado durante a manhã. Fiquei me sentindo mal. De um minuto para o outro, a história feliz de quem tinha acabado de fazer uma boa ação passou para a história triste de quem acabou de fazer alguém se ferrar.
E em qual das situações eu deveria pensar mais!?

Resposta: NAS DUAS! É óbvio.

Tenho que controlar meus sentimentos, meus pensamentos e, principalmente, minha língua.
Estou passando por uma fase de transição muito grande. E me sinto forte e responsável o suficiente pra isso. Queria ser de ferro, mas ainda não sou! E quer saber? Ainda bem!

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