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quinta-feira, 20 de abril de 2017

Pais, vamos ser parceiros de nossos filhos



Tenho lido que muitos acham que falta uma boa chinelada ou uma interferência mais incisiva (de forma mais bruta) na educação dos filhos. Isso porque surgiu esse tal jogo de Baleia Azul ou a série 13 Reasons Why.

Sabe o que está faltando de verdade? Amor, cuidado, atenção!

Pais precisam saber conversar mais com os filhos, se envolver na vida deles de forma amistosa, parceira. Observar anormalidades, se interessar pelo que ele se interessa. 

Hoje vemos muitos pais repassando responsabilidades exclusivamente para escola, babá ou avós. É preciso que a gente entenda que educação vem de casa e cabe a nós repassar isso a eles. Ensinar sobre alimentação, respeito, amor. Saber dizer não. 

E acorda! Depressão é algo muito sério! É doença! Não é tapa, briga, bronca que vai resolver. Então parem de achar que é violência que tá faltando para essa geração que segue todo e qualquer tipo de moda. O que falta de fato é parceria.

Quem está com filhos na primeira infância é uma ótima oportunidade pra estreitar esse vínculo, estar próximo, ser amigo, mas acima de tudo, ser pai, mãe. Eu acredito que a parceria desde cedo constrói um relacionamento muito mais fortalecido.

E quem já tem filhos maiores, estejam abertos ao diálogo, coloquem o assunto nas conversas em família, descubram o que eles têm a dizer sobre a vida, o futuro, essas modas. Não adianta cobranças sem dar a mão e dizer: filho, estou aqui!

O mundo virtual não pode afastar as pessoas reais.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Se ele dança, ela dança


Minha grande amiga Ciça decidiu que era hora de escrever uma crônica e pediu meu blog emprestado para postagem. Fico aqui na ânsia por um blog só dela, com textos tão emocionantes quanto este que segue.

Aproveitem!


Se ele dança, ela dança

Ana Cecília Panizza

Em 27 primaveras, nunca vi meu pai dançar. As exceções foram em ocasiões mais formais, como formaturas. Mas se mexer numa pista de dança? Negativo. A consequência disso era que minha mãe, ávida por diversão e por dançar, acompanhava o marido e permanecia durante horas numa mesa, enquanto os casais que com eles convivem desde o colegial - hoje ensino médio – requebravam nas pistas de dança de casamentos e afins. “Pelo menos espere cortar o bolo”, ela o repreendia.

Não sei se foram os ares do sul. Numa festa de casamento em Londrina fez-se o milagre. Era mais um evento social, entre tantos outros, com a presença desse animado grupo de amigos de meus pais. Os “adultos” estavam numa mesa perto do palco e, no lado oposto do salão, os “jovens” ou as “crianças” – é assim que distinguimos os casais e seus filhos, com os quais convivo praticamente desde que vim ao mundo.

A festa estava começando com uma empolgante sessão de flash back. Os convidados – especialmente aqueles com mais de 40, 50 anos – estavam se acabando (no bom sentido!) na pista de dança. Sentada descansando os pés, prevendo que eu dançaria até quase de manhã, e dando início a um semiporre de espumante, eu o avistei. Compondo a rodinha formada pelos casais dançando, estava ele. Balançando o esqueleto. Minha irmã já estava lá – imagino que ela também precisava e queria ver isso de perto. Não resisti e nem hesitei: atravessei a pista e me juntei a eles.

Fui discreta com minha presença e meu olhar, para que ele não ficasse travado, tímido. Minha mãe informou: “O Costa já tirou foto dele dançando”. Ao som de Abba e outros clássicos, ele se mexeu. E dançou. E relaxou. E foi feliz. Ela, idem. Minha mãe pôde fazer parte daquilo, divertir-se. Com o esposo ao lado, ela se soltou. Assistindo a tudo isso e com mais e mais Salton na cabeça, eu mentalizava as linhas deste texto.

Findos os clássicos, foi a vez de Ivete Sangalo, com direito a videoclipe no telão. “Ele não vai encarar e vai voltar pra mesa”. Para minha surpresa, ele ficou. Observou as imagens e deu umas requebradas discretas. Durante os hits internacionais da moda, ele permaneceu. Olhos fixos na tela e se mexendo bem menos, ele ficou.

Engenheiro eletrônico, diácono da Igreja Católica e filósofo, ele é dono de uma intelectualidade interessante e intrigante, uma disciplina quase militar e um apreço acima da média pelos estudos. Que felicidade se eu tivesse herdado, na íntegra, todas essas características, com essa intensidade. Felicidade sentiu minha mãe, ao ver que o companheiro desde a adolescência, primeiro e único homem, relaxou.