Há pouco mais de dois meses e meio eu perdi um grande amor. Aquele que eu não tive tempo de conhecer direito, mas tive a oportunidade de gerar e ouvir, pelo menos por uma vez, aquele coraçãozinho minúsculo bater.
Esses dias tenho andado mais sensível a este assunto. Penso como estaria o tamanho da minha barriga, qual o sexo e que nome teríamos escolhido. Fico pensando em como a Bia estaria animada, ou se estaria muito ciumenta.
São tantos 'e se...' que nunca terão respostas.
E quando vejo gestantes e suas barrigas crescendo na minha frente, dói. É a dor de uma saudade do que eu não tive, ou do que eu perdi. É uma dor que invade o peito e as vezes nem conseguimos transformar em lágrimas, porque parece que já secaram. Dá vontade de fugir.
O luto nunca vai passar. Nunca! Mas a verdade é que precisamos seguir em frente, por nós, pelo bebê que perdemos, pelos filhos que temos, por nossas famílias.
Isso não nos impedirá de sentir, de chorar, de lembrar. Mas nos fortalecerá.
O aborto retido me fez ver que não sou eu quem estou comando e meu tempo não é, necessariamente, o tempo de Deus. Mas ao mesmo tempo me mostra a força e amadurecimento que eu não sabia que existiam dentro de mim!
E o que eu digo pra você, que também passa por esse luto, é que você é forte e sabe que as respostas para todos nossos 'por quês' estão em nós mesmas. Tudo o que passamos nas nossas vidas tem um significado e um motivo, cabe a nós entendermos o que aprender com cada obstáculo que temos que superar.
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Nossa...me vi no seu relato. Essa semana, dia 22, faz um mês que perdi meu bebê. E passo horas pensando em tantos "se". Comecei a fazer terapia e tem me ajudado bastante a enfrentar, a superar a dor. Mas, ao chegar no quarto ver as fraldas, as roupinhas que ganhamos, imagino como eu estaria agora, como estariam meus dias, minha barriga...os preparativos. Foram 2 meses de uma amor tão intenso, ele foi tão amado em tão pouco tempo dentro na minha barriga...Força para cada um nós que sente esse dor forte no peito!
ResponderExcluirExatamente tudo o que sinto, e tenho vivido neste luto. São tantos porquês, tantas perguntas sem respostas. Mas que Deus continue nos dando forças pra superar e pode gerar novamente uma vida, mas vom final feliz!!!
ResponderExcluirTivemos o mesmo período de gestação perdemos nossos bebês na mesma época....
ResponderExcluirNo meu caso tem sido muito mais difícil porque apenas eu meu marido é a minha obstetra que trabalha junto comigo sabiam nem meus familiares nem colegas de trabalho souberam....
Vivi a dor do aborto retido trabalhando normalmente.....
Dor física dor da alma o luto a solidão e tendo que fingir a todos a minha volta de que nada estava acontecendo
Até hoje me pergunto como consegui sobreviver a tristeza e melancolia são inevitaveis
Trabalho na área da saúde vejo todos os dias gestantes da mesma época que estaríamos de gestação as comparações são automáticas escuto coraçõezinhos durante exame de ultrassom me emociono disfarço
As vezes penso que vou enlouquecer
A vida nos força a seguir em frente
Sigo...