sexta-feira, 15 de julho de 2016

Mãe Ser Mãe desmistifica o papel multifacetado da mulher


Cartolina, lápis de cor, papeis coloridos. O cenário pode remeter aos bons momentos da infância, mas as mãos que seguram as canetinhas coloridas não são de crianças. São de mulheres que buscam o próprio jeito de vivenciar a maternidade. E elas o fazem por meio do Mãe Ser Mãe, programa de coaching em grupo que visa orientar e ajudar mulheres a descobrirem seu equilíbrio entre carreira, família e educação dos filhos para trilharem seu caminho a partir de seus valores e escolhas pessoais.  

Entre diálogos, exercícios criativos e muito apoio mútuo, as participantes desenvolvem o protagonismo e o autoconhecimento em um programa que reúne o que há de melhor nas diversas metodologias e linhas de coaching, como, por exemplo, trabalho biográfico antroposófico e teoria integral. O grupos são formados por até quinze mulheres, que ao longo de oito encontros de três horas e meia, trocam experiências para diminuir a ansiedade e frustração em relação ao mito do papel multifacetado da mulher. “A culpa e a frustração são os sentimentos que mais assolam as mães atualmente”, explica a coach e analista comportamental para mulheres Tayná Leite, uma das facilitadoras do programa.

Era o caso da advogada e empresária Ana Carolina Tigrinho Fagundes, que ao ouvir relatos de uma amiga que participou da primeira turma do programa, decidiu também ingressar no Mãe Ser Mãe. “Eu estava num período bastante conturbado da minha vida pessoal e em busca de um novo olhar sobre os meus problemas e como enfrentá-los”, conta a mãe de uma menina de três anos.  A experiência, ela relata, não poderia ter sido melhor. “Saber que você pode expor seus problemas e receber como feedback um auxílio sem julgamentos é muito bom e encoraja a seguir em frente e ir mais longe”, explica.

Facilitado em Curitiba por Tayná, que está grávida do primeiro filho, e por Vera Regina, mãe de uma moça de 25 anos, o Mãe Ser Mãe faz parte dos programas de aprendizagem da Rede Ubuntu e é voltado para mulheres que tenham sido tocadas pelo tema da maternidade. Com carreiras consolidadas em multinacionais, ambas resolveram, em 2013, se voltar para o desenvolvimento humano. Autoestima, autonomia e gerenciamento do tempo são assuntos recorrentes. Tayná conta que muitas das participantes chegam ao Mãe Ser Mãe corroídas pela crença de não estarem atendendo ao que se espera do papel de mãe. “Mulheres são seres dotados de individualidade e ter filhos é um papel maravilhoso e nobre, mas certamente não é o único, e pode não ser a razão da sua vida – e não em nada de errado nisso”, ensina.

 Resgatar a individualidade é um dos maiores trunfos do Mãe Ser Mãe. Para Ana Carolina, poder compartilhar dilemas com outras mulheres foi transformador. “Vivemos uma chuva midiática de perfeição e uma cobrança absurda para que a vida seja o comercial de shampoo de criança, quando, na verdade, está bem longe disso”, relata a advogada.

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