segunda-feira, 29 de maio de 2017

Terceirização dos filhos não é pra mim



Eu tive filhos para criá-los, não para mim, para o mundo! Hoje eu tenho a Bia, que me dá um trabalhão. Tem dias que não quer comer, escovar os dentes é uma luta de UFC, trocar de roupa então, nossa, é competir numa maratona pela casa atrás da criança só de calcinha, com o pé no chão gelado em pleno frio de inverno.

Me faz mal saber que preciso dela em tempo integral na escola. Dói saber que fico menos tempo que preciso. Mas a qualidade é bem melhor, confesso. É na escola que ela almoça, brinca, tem amigos, estuda e, reconheço, tem mulheres ótimas que cuidam dela com muito carinho.

Ao mesmo tempo que quando ela está em casa, é conosco! Eu quero dar banho, eu quero alimentar, quero escovar os dentes. Para mim, como mãe, é minha função fazer isso em casa, seja eu ou o pai. É nosso ensinamento, nossa educação. Mas acima de tudo: é o estar com ela em todos os momentos que pudermos, inclusive nesses.

Eu sou a mãe e eu quem escolho o corte de cabelo, sempre respeitando a opinião dela. Eu quem vou levá-la ao médico, ao dentista, em qualquer lugar. Porque eu vejo que é minha função, como mãe (ou do pai, como pai)! 

Não consigo achar normal ficar o dia todo longe da minha cria, mesmo tendo que fazer isso. Sinto saudades. Sinto a distância. Eu sinto. Pronto. Ao mesmo tempo, hoje é preciso que ela fique tanto tempo longe de nós, eu trabalho integral, mas saio correndo pra ir buscá-la na escola.

Mas deixar que outras pessoas façam isso por mim? Eu quero participar da vida dela, quero estar junto em todos os momentos que eu puder participar. Eu quero que minha filha não ache que aqui só tem uma amiga para as coisas boas, ela também tem uma mãe que está aqui pra cuidar dela!

Eu quero estar perto dela o tempo que eu puder, porque enquanto ela vai crescendo vai percebendo que a mãe dela está ali sempre, cuidando, brincando, sendo mãe e filha. Repito, eu sou assim!

Respeito quem pense diferente. Quem pode pagar por um cuidado integral, exclusivo, sem 'botar a mão na massa', e tenha outras crenças em como criar seu filho, que assim faça. Mas eu tive filhos para criar e cuidar e não demandar isso para outras pessoas.

Seguem alguns motivos do porquê eu não concordo:

- quebra de vínculo - o afastamento e o não acompanhamento das atividades diárias ou eventuais acabam enfraquecendo essa relação;
- seu filho é sua prioridade, não adianta ter filho só pro bônus se ele vem, junto, com alguns ônus;
- pais educam, escola alfabetiza: eu sou a responsável por inserir novos alimentos, tirar a chupeta ou a fralda, ensinar as palavrinhas mágicas e o respeito.

É cansativo cuidar de uma criança. As birras, os choros, os compromissos. Já me deixei de lado desde que pari. Mas isso não me faz infeliz. Foi a minha escolha.

Não estou certa, tampouco errada. Nem você!

Cabe a cada família entender sua situação e fazer o máximo para uma criação com amor, proximidade e prioridade.

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